quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ante a Mediunidade

Jesus nos inspire na manutenção e dedicação às tarefas espíritas e ao Seu Evangelho Redentor, único capaz de nos reerguer do lodaçal das próprias imperfeições milenares!
Meus amigos e meus irmãos, que manancial é a mediunidade, como foi dito[1], ainda indevassável, indecifrável, quando apreciada somente do ponto de vista do tarefeiro atrelado às lidas na vida material. De fato.
No Livro dos Espíritos[2] possuímos anotado, com clareza, que os espíritos superiores são simpáticos àqueles que, com humildade, reconhecem que podem muito pouco dentro das suas possibilidades particulares, e que somente com o concurso do mais Alto o trabalho poderá ser efetivo. Contudo, aqueles que se consideram indispensáveis e que lhes bastam o próprio conhecimento, as próprias possibilidades adquiridas e os quesitos mediúnicos dos quais se julguem detentores, dificilmente lograrão o amparo dos espíritos superiores. Onde estiver conjugada a postura da vaidade e do orgulho, por julgar-se a criatura capaz de – como individualidade – ser eficaz numa tarefa, o malogro será iminente.
Como muito bem foi exposto; nenhum médium funcionará sozinho ou desprovido da devida compreensão e humildade, haja vista o caráter interpessoal da sensibilidade, sem o amparo dos espíritos superiores, o que infunde disciplina, comprometimento, seriedade em todos os padrões de comportamento.
Minha vida na experiencia física foi pautada dentro destas normas as quais, muitas vezes, julguei demasiado rígidas, excessivamente pesadas, contudo, somente o decesso do corpo pesado foi capaz de mostrar-me, corroborando, que não há outro caminho senão este; o de nos desvencilharmos do personalismo para sermos um conjunto obediente e passivo à direção dos espíritos superiores.
Fazemos parte de um grupo, por Misericórdia de Deus, que tem assistido nas extensões do nosso Brasil àqueles conjuntos de médiuns, em Instituições do Cristianismo Redivivo, que realmente desejam triunfar na tarefa de relação superior com o plano espiritual. Para tanto e como tal devemos salientar que não é possível postergar, seriedade, compromisso, conhecimento e renúncia, posto que;
- A tarefa mediúnica com Jesus Cristo requisita abdicação e completa renúncia dos pequenos prazeres que, muitas vezes, julgamos inofensivos...
- A mediunidade iluminativa solicita desapego dos tantos pensamentos que, sobradas vezes, achamos insignificantes...
- A mediunidade em seus moldes redentores conclama o total esforço no esquecimento de mágoas que, às vezes, computamos à conta da própria condição humana, e isto não é verdade...
- A mediunidade em seus padrões elevados requer dissociação das pequenas concessões e das mais insignificantes invigilâncias, pois que levam à derrocada o trabalho profícuo e profuso realizado em uníssono com os espíritos maiores.
Muitas vezes temos ouvido nos lugares visitados, por mercê do amparo de Jesus Cristo e dos espíritos que conduzem o Movimento Espírita nas plagas do Cruzeiro, no nosso Brasil, terra que nos recebeu e recebe como pátria abençoada nas experiências renovadoras, colocações quais: “sou imperfeito, desta forma, permito-me ainda errar ou aceito este ou aquele pensamento menor, esta ou aquela pequenina atitude desalinhada... Não sou perfeito, ainda sou passivo de caminhar pelos terrenos dos enganos, inerentes à minha condição inferior...”  E vamos dando desculpas para a nossa indisciplina mental, vamo-nos dando desculpas,  seguidas desculpas, para a própria inércia, para a própria indigência e invigilância, para a própria falta de comprometimento espiritual e ético moral.
Voltamos a lembrar o que o Codificador trouxe para a nossa Doutrina através das instruções elevadas: - que os espíritos superiores são simpáticos àqueles que se devotam às tarefas com legítima humildade reconhecendo que são necessitados desse amparo para que o trabalho tenha a extensão e a finalidade que lhe é devido.[3]
A Espiritualidade Maior jamais coadunará com os desculpismos que são comuns a nós outros, enquanto encarnados na Terra, assim sendo, ela apenas observará, ao largo da vida de cada um e sem se imiscuir em decisões de foro intimo, de ordem individual pelo livre arbítrio. Nada obstante, terá cada um que responder, cedo ou tarde, pelo bom ou mal resultado ante as responsabilidades assumidas no campo da mediunidade que foi entregue ou construída na realidade individual, desde um passado de grandes erros, de grandes compromissos, nos ardorosos embates morais, ante a vida que não cessa e o Eterno.
Na condição de irmã em constante aprendizado,
Na condição de irmã profundamente em débito, ante as Leis Divinas,
Na condição de irmã que, ainda, se coloca sob as mãos firmes e disciplinares de seus Maiores,
Na condição daquele que tudo deseja compartilhar afirmo: - o maior laurel de um médium é compreender que tem feito todo o possível para que o seu trabalho jamais seja maculado pelos traços do personalismo[4], pois, quaisquer posturas de ordem inferior, ainda que não anotadas por aqueles nas circunjacências de nosso centro de atividades; ainda que não percebidas por alguns, estarão latentes em nós, devendo o medianeiro podá-las pela raiz como o jardineiro diligente e fiel poda uma erva daninha que tenta se emaranhar numa bela roseira de florações promissoras.

Meus irmãos, não nos rendamos às pequenas acedências inferiores; não apropriemos os pensamentos nocivos que nos fazem acreditar que podemos fazer concessões a nós próprios, através das pseudas justificativas para sentir, agir, pensar, hoje ou amanhã, em questões de teor menos elevado.
Vamos ser diligentes,
vamos ser vigilantes,
vamos ser operantes!
O médium, como e onde esteja, é uma individualidade em débito com as Leis de Deus necessitando, por isto mesmo, ajustar-se através da tarefa, que é dádiva da Misericórdia Divina. Nela, indubitavelmente, jaz valiosa oportunidade outorgada ao Médium, neste momento, dentro de uma instituição espírita e com todas as possibilidades de êxito!
Se malbaratada, se desperdiçada, tal oportunidade certamente não será oferecida em condições semelhantes, quiçá, em condições muito mais difíceis para que, aquele em débito com as Leis Eternas, consiga resgatar o seu passado de compromissos clamorosos.
Que nenhuma questão de ordem ilusória remanesça nos objetivos do médium espírita cristão, pois o lidador consciente compreender-se-á como alguém que:
- nada possui, na expressão e resultados de seus trabalhos,
- não é absolutamente importante em detrimentos de outros,
- não é criatura diferente, do ponto de vista de intimidade com o Alto,
- não é alguém que possua qualquer valor diferente, como um privilégio, para si mesmo, para o outro ou para a instituição em que labore.
 Somos companheiros iguais em luta, somos irmãos em aprendizagem e a mediunidade se abre ao infinito quando buscarmos compreendê-la apropriadamente.
Busquemos desmistificá-la, busquemos desvelá-la, mas só poderemos fazê-lo com o coração! Para que se entenda a mediunidade de maneira superior, não há outro meio, senão pela única via – a do coração; da fraternidade, do amor e da dedicação incondicional a Jesus Cristo.
Busquemos isto meus irmãos, enquanto viceja a saúde, enquanto viceja a juventude, enquanto vicejam as oportunidades! Busquemos isto, busquemos isto, enquanto as possibilidades vicejam!
Que Jesus nos fortaleça, que Jesus nos arrime, uns aos outros, na direção de nossa caminha com Ele.
 Meu abraço fraternal, muito obsecrada a todos vocês,

Yvonne, ainda que como tal eu seja identificada, embora espírito sem nome, caminheiro da Eternidade.

Yvonne do Amaral Pereira
Mensagem Psicofônica recebida em Reunião Mediúnica no
Grupo Espírita Amor e Fraternidade, Rio das Ostras, RJ
Em de 19 de outubro de 2011
Por Helaine Coutinho Sabbadini




[1]  Menção feita ao estudo que antecedeu à reunião.
[2] O Livro dos Espíritos / Prolegômenos - “Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra; que se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus. São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”
[3] Vide - Livro Médiuns, Cap. XX, Da Influência Moral do Médium.
227 - As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.
228 - Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns dotados das mais belas faculdades e que, se não fora essa imperfeição, teriam podido tornar-se instrumentos notáveis e muito úteis, ao passo que, presas de Espíritos mentirosos, suas faculdades, depois de se haverem pervertido, aniquilaram-se e mais de um se viu humilhado por amaríssimas decepções.
Observa-se em vários pontos da Codificação menções dos espíritos superiores acerca do que ressalta o Espírito aqui comunicante. (Nota da médium)
[4] Grifo nosso

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